Ministério da Saúde realiza etapa estadual do seminário nacional sobre Atenção Primária no Rio de Janeiro

Entre os dias 26 e 27 de novembro, o Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Cosems RJ) e com a Secretaria de Estado de Saúde (SES RJ), promoveu a etapa fluminense do seminário “Atenção Primária à Saúde nos Territórios: equidade, vínculo e qualidade no cuidado”. A iniciativa, que está percorrendo todos os estados brasileiros, tem como objetivo fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS) como eixo fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS).
O encontro reuniu gestores, profissionais e apoiadores das redes municipais e estaduais para discutir práticas inovadoras baseadas na equidade, na relação com o território e na qualificação do cuidado. Ao longo dos dois dias, o auditório esteve lotado por representantes das nove regiões de saúde do estado.

Na abertura do evento, a presidente do Cosems RJ, Conceição Rocha, destacou o simbolismo de recolocar a APS no centro das políticas públicas de saúde. “Depois de tantos anos trabalhando com atenção primária, é muito bom ver esse tema voltar a ganhar destaque. Todos reconhecem sua importância, mas ainda enfrentamos desafios, como vínculos precários e alta rotatividade de profissionais. A atenção primária é quem realmente conhece o cidadão, acompanha sua trajetória de cuidado e exerce a vigilância em saúde. Cidades que não organizam seus serviços a partir dela acabam tendo resultados piores e custos maiores. Mesmo com os problemas, sigo confiante no papel da APS em defender e qualificar a política pública de saúde”, afirmou.
O assessor técnico do Cosems RJ, Luli Paiva, apresentou os resultados do projeto “Cosems RJ na Estrada”, que percorreu as regiões de saúde fluminenses para ouvir gestores e equipes sobre a nova estrutura de financiamento da APS. “Visitamos as nove regiões e ouvimos mais de 400 profissionais. Identificamos fragilidades importantes, como equipes em áreas isoladas que podem ser penalizadas pelas regras atuais e a baixa informatização das unidades, que limita o uso do prontuário eletrônico e afeta indicadores. Também observamos que municípios pequenos enfrentam desafios semelhantes aos grandes, enquanto o modelo de financiamento, muito variável, traz riscos à gestão local. Nosso esforço é garantir que o Ministério da Saúde considere essas realidades para que as mudanças fortaleçam a APS”, explicou.
Durante o seminário, gestores municipais reforçaram a necessidade de estabilidade e previsibilidade para sustentar as políticas locais de saúde. Conceição Rocha ressaltou a importância de decisões pactuadas e adequadas ao cotidiano dos territórios: “É preciso garantir apoio técnico contínuo e evitar mudanças bruscas no financiamento, que desorganizam serviços e fragilizam ainda mais os municípios. O financiamento deve ser realmente tripartite e compatível com o custo das equipes. Este é um momento decisivo para consolidar avanços no SUS”, concluiu.
O evento integrou debates, oficinas e apresentações técnicas que contribuirão para o relatório estadual que será encaminhado ao Ministério da Saúde e servirá como base para a construção de estratégias do aprimoramento das ações de Atenção Primária em todo o país.
Assista a íntegra do evento no canal do OTICS Rio no Youtube.













